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Com a chegada do mês de outubro, as campanhas de conscientização de combate ao câncer de mama, conhecida como outubro rosa, entraram em vigor para que as informações e ações de prevenção à doença sejam compartilhadas entre as mulheres e a população em geral.
Entretanto, grande parte das campanhas são específicas para sintomas e casos em seres humanos. Porém, o câncer de mama não é um diagnóstico específico para a humanidade, o tumor em mamárias também pode surgir em animais mamíferos, como cães e gatas.
De acordo com o estudo feito em 2022 pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o câncer de mama atinge de 45% a 50% das fêmeas caninas e 30% das gatas, sendo que 20% dos casos são diagnosticados tardiamente. Portanto, as campanhas de conscientização para os pets, mais conhecidas como outubro rosa pet, têm como objetivo sensibilizar e orientar os tutores a diminuir a incidência e mortalidade que afeta tanto os animais.
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Segundo a médica veterinária, anestesista e coordenadora técnica do Hospital Pet Care Animália, a Dra. Tayana Tamancoldi, o tumor de mama é mais frequente em cachorra do que em gatas. Entretanto, as felinas tem um alto índice de malignidade. “O tumor acomete as cachorras com idade mais avançada e as que não são castradas. Já nas gatas, ele é o terceiro tipo de tumor mais comum. A diferença é que o em gatas tem um alto índice de malignidade, um comportamento mais agressivo e maior probabilidade de metástase, que acontece quando a doença se espalha para outros órgãos”, explicou Tamancoldi.
Castração ajuda a reduzir risco do câncer
Ainda de acordo com a médica veterinária, a castração na fase filhote é um método de prevenção eficaz para reduzir o desenvolvimento do câncer de mama. “Cadelas castradas antes do primeiro cio têm 0,5% de chance de desenvolver o câncer de mama. Se forem castradas após o primeiro cio, o índice sobe para 8%, e após o segundo, para 26%”, afirmou.
“Nas gatas, a castração realizada antes dos seis meses reduz o risco em 91%. Se o procedimento for realizado entre sete meses e 1 ano, o risco é reduzido em até 86%. Quando a castração é realizada entre 1 e 2 anos, o efeito é reduzido para 11%”, prosseguiu.
Ainda sobre prevenção, a Dra. Tayana Tamancoldi orientou os tutores a não dar anticoncepcionais nas cachorras e gatas. “O uso de anticoncepcionais também está relacionado ao aumento na ocorrência de tumores de mama, sendo assim, é contraindicado.”
Importância do diagnóstico precoce
Além do processo de castração e o não uso de anticoncepcionais, o diagnóstico precoce e a rotina regular de acompanhamento com o veterinário responsável são essenciais para aumentar a sobrevida e as chances de cura do paciente. “O primeiro passo para o diagnóstico é a palpação das cadeias mamárias, principalmente porque cadelas e gatas não fazem o autoexame. A palpação pelo tutor é muito importante.”
A maioria dos animais com câncer de mama não demonstra sinais de indisposição por causa da doença. Logo, a atuação rápida do tutor é importante para prevenção e o diagnóstico rápido precoce. “O tutor desempenha um papel fundamental no diagnóstico precoce, sempre fazendo carinho na barriguinha e procurando bolinhas e nódulos, além da avaliação do médico veterinário em exames físicos de rotina”, completou a Dra. Tamancoldi.
Como tratar?
Caso a cachorra ou gata seja diagnosticada com o tumor, as consultas com o veterinário especializado em oncologia se tornam essenciais para a realização de exames complementares, como radiografia de tórax, ultrassom abdominal e exames de sangue com o intuito de avaliar a saúde do paciente e rastrear possíveis metástases.
“A escolha da técnica cirúrgica e a necessidade de retirada do linfonodo, que drena a região acometida, o uso de quimioterapia ou radioterapia, devem ser indicadas por um oncologista veterinário”, apontou. “O tratamento principal para o câncer de mama é a cirurgia para a retirada das mamas acometidas. O diagnóstico definitivo e o grau de malignidade do tumor são determinados apenas após a biópsia da mama.”
Durante o tratamento, a médica veterinária ressaltou que é importante o tutor e seus familiares procurarem o apoio do profissional paliativista. “As pessoas entendem que os cuidados paliativos costumam ser algo feito no fim da vida, mas na verdade, o paliativista ajuda a entender a progressão da doença, acolhe o paciente e oferece apoio à família nessa luta contra o câncer”, indicou.
Por fim, em caso de remissão do câncer, cachorras e gatas precisam de acompanhamento próximo com o especialista. “No primeiro ano, ele será reavaliado a cada três meses. No segundo, a cada quatro meses. E, a partir do terceiro ano, a cada seis meses.”
Diante da importância dos cuidados exigidos para o tratamento do câncer de mama, a Dra. Tayana reforçou a relevância das ações de prevenção. “Apalpem as cadeias mamárias de seus pets e façam consultas de rotina com o veterinário. São duas medidas fundamentais para detectar o aumento do volume das mamas e encaminhar o paciente para um tratamento mais eficaz, se necessário”, concluiu a médica veterinária.
Para mais informações sobre o outubro rosa pet, entre em contato com o veterinário do seu pet.